quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Mudanças, sempre mudanças e mais mudanças! (e isso é ótimo!)




Terça-feira, dia 11 de setembro de 2012.
Por mais que tenha tentado dormir mais cedo na segunda-feira, novamente não tive sucesso. Cheguei novamente atrasado ao trabalho. Senti outra vez a velha decepção comigo mesmo por não estar no comando da minha rotina de dormir e acordar, e tomei uma decisão firme: custe o que custar irei mudar isso no meu estilo de vida, começando a partir de hoje. Falarei mais no decorrer desta postagem.
Como já disse, cheguei ao trabalho uma hora mais tarde e deverei compensar isso ainda hoje, permanecendo no cartório por pelo menos uma hora após meu horário normal. A procuradora federal que mencionei noutras ocasiões estava por lá, trabalhando junto com sua colega Castro. Emprestou-me uma coleção de filmes de Akira Rurosawa, além do Labirinto do Fauno. Conversamos os três, como quase sempre, sobre os filmes que gostamos. Falamos especialmente sobre um, Monsters, que conta a história de duas mulheres que se tornam amantes e passam a cometer uma série de latrocínios. Trata-se de um roteiro com base em fatos reais; foi realmente um ótimo filme a que assisti no cine Gemini há alguns anos – quando este saudoso cinema na Paulista ainda funcionava.
À hora do almoço no restaurante self-service, preferi não colocar feijão no prato. Explico: há alguns dias li algo sobre o consumo do feijão provocar sensação de estufamento e peso no estômago, além de gases. Ora, não foram poucas as vezes que deixei de ir para a academia à noite por conta dessas sensações físicas desagradáveis – que certamente me fazem render pessimamente no treino. Como experiência, no dia de hoje resolvi evitar o feijão (e parece que funcionou: após o almoço continuei me sentindo muito bem, disposto e ágil e, principalmente, sem a sensação de gases! – se hoje tivesse sido um dia de treino, com certeza minha disposição na academia seria das melhores). 
Caminhando de volta do almoço pela rua Quintino, passei em frente a uma das várias lojas de livros usados naquela rua. Lembrei-me o quanto ando desleixado de ler bons livros desde há muito tempo... De longa data eu havia decidido que leria Demian, de Herman Hesse, além de Franny e Zooey de J. D. Salinger.  Quem disse que li, ou que sequer comprei estas obras? Senti que perco muito ao postergar as leituras ou mesmo deixar de ler... Perdas em termos de cultura e de arte, ou seja, o que há de melhor no sentido de fazer valer a pena a vida. O tempo – ou a falta dele -, é  como sempre  um problema diretamente relacionado a isso.


No caminho de volta pra casa e já na rua do prédio onde moro, cruzei na calçada com um jovem que calculo ter uns dezoito anos. Trata-se de um garoto aqui do prédio que conheço há mais de dez anos. Há toda uma turma de gente jovem que tenho visto ao longo de todo esse tempo, ou seja, desde que comecei a morar aqui no ano de 2001. Não se tratam mais de garotos, mas sim de homens e mulheres na verdade. Sinto satisfação ao ver que aquela meninada acabou por se tornar uma bela turma de jovens adultos, gente polida, de boa educação e trato. Ocorreu-me então a letra de uma música que dizia: “but time makes bolder, children get older; and I’m getting older too”. Mesmo não sendo necessariamente um fã desse grupo ou desse estilo de música, gosto do trecho de letra. Acredito ser muito real no meu caso, pois estou beirando os 40 e sinto-me muito mais confiante e menos inseguro do que eu era há uns dez, ou até mesmo cinco anos atrás. Acredito que quando chegamos nesta idade, finalmente aprendemos a aceitar totalmente o fato de que o envelhecimento, que sempre soou como uma palavra feia e repugnante, já apresenta seus primeiros e incontestáveis sinais em nosso corpo. Trata-se de uma aceitação que, em meu caso, traz-me mais serenidade e segurança do que quando eu tinha vinte e tantos ou trinta anos, e não tinha a menor ideia de como seria quando a vida começasse a me confrontar com um tempo de idade já bem amadurecido. Chegando aonde cheguei, vejo que não há desespero ou insegurança: vivemos, crescemos, amadurecemos e vamos envelhecendo, extinguindo-nos ao final. É assim que funciona para todos, e é assim que sempre funcionou. Deixemo-nos fascinar, então, pelo momento presente e pelo dia que temos hoje.

Quando eram por volta de sete e quarenta da noite, tomei uma boa dose de rivotril (o dobro da dosagem que tomo habitualmente). Era preciso começar a cumprir o propósito que firmei quanto a corrigir minha rotina de sono e estado desperto. Com o decorrer dos dias, meu corpo vai internalizar este horário como sendo o correto para desligar-se e dormir, e assim poderei mais uma vez ir reduzindo gradualmente a dose desse medicamento. Deu certo: lá pelas dez e vinte da noite eu já me encontrava dormindo como se fossem três e meia da madrugada. Despertei-me revigorado e bem disposto no dia seguinte após as três e vinte da manhã, e sem precisar do estimulante Ritalina. Cinco horas de um sono reparador e suficiente numa noite para mim. Foi tudo surpreendentemente muito bem, até melhor do que eu esperava.

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