sábado, 7 de julho de 2012

Numa só postagem vou tentar falar da quinta e da sexta (missão quase impossível, mas vamos lá).

Expediente normal de trabalho na quinta. Ainda sinto falta da minha pequena dose de ritalina ao dormir, que me deixa "esperto" quando da hora de levantar da cama. Sempre que acordo e me ponho a aprontar para ir ao serviço, pareço mais um zumbi sonâmbulo que um ser humano que acaba de acordar radiante para mais um dia. Ao final do dia de expediente levei um documento para o Dr. A. Suzuki (o juiz substituto) para que ele assinasse. É uma certidão que será enviada ao setor de recursos humanos do tribunal, comunicando que compensei todos os dias da greve de que participei no ano de 2010. Aproveitei a oportunidade para deter-me um pouco e conversar de forma mais prolongada com este amigável e singelo juiz de direito: expliquei-lhe que fiz a greve no ano de 2010 e que não tenho pretensões de participar de movimentos reivindicatórios da mesma natureza. Acontece que aquele movimento grevista teve pouquíssimas adesões - menos de 10%, talvez de 5% do total da categoria -, ou seja, aqueles poucos, como eu, que permaneceram no movimento acabaram por se tornar verdadeiros mártires. A princípio isso pode parecer uma escolha honrosa (e creio que tenha até sido). Mas por fim, expliquei ao juiz que concluí que uma greve deve ser, essencialmente, movimento de massas com grandes contigentes de pessoal. Não se pode fazer nenhum tipo de "revolução" sem o apoio e adesão da grande massa; se Che Guevara e Fidel Castro tomaram Havana, nao havia só Che e Fidel pegando em fuzis. Obviamente que havia todo um planejamento estratégico, e acima de tudo uma massa humana muito grande composta de camponeses, intelectuais, operários e demais camadas populacionais descontentes com o regime de Fulgêncio Batista. Não existem heróis individualizados. A massa populacional, o povo, este sim é o agente promotor de qualquer mudança significativa no sistema e na sociedade. Mas apenas eu, praticamente sozinho? Ah, isso não! Para uma mudança revolucionária no sistema desigual e injusto, é necessário um exército coeso de homens e mulheres. E nunca ouvi falar de algum exército de um homem só.
Na conversa com o Dr. Suzuki expliquei-lhe esta minha visão particular sobre movimentos sociais como os de greve, e tivemos uma conversa bastante esclarecedora e amigável. Este descendente de japoneses é realmente um ser humano que preza pela equanimidade, harmonia e equilíbrio no diálogo entre todas as hierarquias.


Minha participação na greve do Tribunal de Justiça em 2010. Mais de 120 dias em greve. Muito orgulho em lutar por uma causa justa junto a muitos companheiros valorosos e fiéis a seus ideais de igualdade e justiça.


Sexta-feira, dia 06 de junho de 2012. Fui ao dentista à hora do almoço - o dente de metal prateado que ele mandou moldar encaixou muito bem na base, mas ficou um bocado alto em relação à arcada dentária. Demorou um bom tempo até que ele, com seu equipamento de broca e papel tipo "filme" que media as mordidas, diminuísse o dente metálico até o tamanho adequado para minha arcada. Trabalhei até às sete da noite para compensar um atraso - e assim, não ter um terço do meu dia de trabalho descontado em folha de pagamento. A Coordenadora da seção, D. B. Antonio, está de férias; a chefia de nosso setor passou temporariamente para as mãos de O. Leandro, que é um homem de visão sóbria e sensata sobre o trabalho com quem particularmente me dou muito bem. Já tivemos lá nossas "brigas" é verdade, mas acredito que com o Leandro há um diferencial: ele chega com você na hora, aponta seus supostos erros, faz as criticas, e repreende o funcionário na cara dele quando necessário. Particularmente gosto muito desse jeito de trato entre chefia e subordinados! Acho bem melhor do que  a atidude da Coordenadora D. Antonio, que nunca diz a você diretamente, e na sua frente, aquilo que ela acha estar errado - pelo contrário, dá risadinhas e faz dissimulações, e quando a pessoa se ausenta para o almoço ela começa a fofocar com os colegas sobre que o funcionário tal faz isso ou aquilo incorretamente, etc.
À noite e em casa, após dar uma olhada em alguns vídeos no youtube sobre o filme "Era Uma Vez no México", tive a curiosidade de alugar este DVD para assistir no final de semana. Fui de ônibus até à videolocadora e trouxe comigo o DVD, para assistir durante este fim de semana prolongado.

À noite fui à casa dos meus pais para jantar; meu irmão e minha cunhada, bem como a filhinha deles de cinco anos, estavam presentes. Comi rapidamente e retornei a casa para dormir: amanhã tenho prática de boxing na academia e preciso estar descansado e bem-disposto para a luta deste sábado.

Finalizando, vejo que nenhum daqueles que acompanham minhas postagens (nem dos que acessam aqui do Brasil, da Alemanha, dos Estados Unidos ou da  Rússia), postaram comentário. Continuo aguardando contato dos senhores/senhoras. Para mim, vocês já estão ficando parecidos com a figura de "Deus": às vezes sinto que vocês existem, mas nunca posso ter absoluta certeza de que vocês existem de verdade. Não tenho evidências!
Abraços a quem estiver lendo. A quem não estiver lendo, abraços da mesma forma.
Gláucio Santiago.

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