terça-feira, 10 de julho de 2012


Neste sábado de manhã fui à academia – hoje é aquele dia “especial” em que os alunos devem combater uns com os outros. Ontem (sexta) aproveitei a hora do almoço e, além de ir ao dentista, fui à loja de material esportivo e comprei novas luvas e um par de caneleiras, além de proteína e aminoácidos. Afinal, se preciso boxear um sábado por mês, que eu esteja razoavelmente equipado com material de boa qualidade. Tudo muito caro: as caneleiras Pretorian a R$ 170 (85 USD) e as luvas da mesma marca por volta de R$ 100 (50 USD). Calcei as caneleiras ao chegar em casa e tive a certa impressão de que o material é ótimo: dei vários socos fortes na perna sobre a caneleira e não senti dor alguma (ou, pelo menos, senti bem pouco). Gostei das lutas de sábado; eu estava nitidamente mais relaxado. Confesso que fiz algo que não costumo fazer antes de treinar, ou seja, tomei 1 grama de Rivotril (calmante) enquanto me aprontava para ir à academia, pois a verdade é que ainda sinto certa tensão nervosa em dias de prática como a de hoje. Mas para alguém como eu, acostumado a uma dose diária bem superior a 1 grama, sei que esta pequena quantidade é inócua em termos práticos. Em todo caso, fiz apenas duas lutas, e boas lutas: com o Prof. Marco e meu colega Romano. Dei graças a Deus que o Marco (que mais parece um trator, um tanque de guerra nas lutas), estava aplicando golpes mais brandos e sem “castigar” muito os alunos. Mas como já há um bom tempo que não boxeio com ele, outra possibilidade é que eu mesmo tenha me tornado mais resistente e menos vulnerável aos ataques dele. A segunda luta, com o Alexandre R., também considerei ter resultados muito positivos: este colega é muito resistente, forte e atarracado, e de golpes potentes e rápidos. Não lembro de ter levado nenhum soco realmente forte, acho que saí bem ileso também nesta luta. Ao final de nosso segundo round (cada round com 2 minutos), consegui encaixar uma boa sequência de quatro ou cinco socos no rosto e tronco do Alexandre, sendo o último golpe um gancho na altura das costelas que fez com que interrompêssemos o round, impossibilitando o Alexandre de tomar parte nas lutas seguintes de hoje. Ora, esse tipo de lesão é passível de ocorrer nos combates; mesmo assim pedi desculpas sinceras ao Alexandre, ao que ele respondeu que estava tudo bem, já que ele mesmo se considerava o culpado em não ter feito uma defesa adequada. De um jeito ou de outro, incomodou-me um pouco a lembrança de ter golpeado fortemente este colega, mas sou grato por não ter ocorrido nada mais grave. Enfim, o resultado geral desta manhã foi positivo, creio eu. Acho que consegui aplicar mais chutes (uso das pernas), bem como sequências de golpes conforme o Marco havia me instruído a fazer nos boxings. Obviamente que o uso das caneleiras novas deve ter me influenciado no sentido de sentir-me mais seguro para desferir chutes. Com o tempo e a prática, estarei habituado a utilizar também as caneleiras pouco firmes da academia durante os combates, sem maiores receios ou bloqueios mentais. Questão de habituar-se, sempre.
No caminho de volta a casa comprei as três latinhas de Valentins no mercadinho de sempre. Pus tudo na geladeira, no congelador, a fim de tomá-las ainda hoje na parte da tarde; e foi isso o que fiz. Tomei as cervejas, acessei a internet (Facebook, e-mail ou Blog), e acabei tirando um bom cochilo vespertino. Despertei e fui à casa dos meus pais para um almoço tardio. Ao cair da noite decidi ir à locadora e pegar um DVD do filme Era Uma Vez no México, dirigido por Robert Rodrigues e estrelando Antonio Banderas e Salma Hayek. Gosto muito dos filmes do Robert Rodrigues; para mim, são verdadeiras caricaturas na tela de cinema, é como se eu estivesse lendo histórias em quadrinhos através de um filme.
Terminada minha sessão particular de cinema em casa, sintonizei na transmissão do UFC 148, com a luta de Anderson Silva e Chael Sonnem. Apesar de eu gostar de praticar arte marcial, confesso que não sou grande adepto de assistir campeonatos ou ficar acompanhando lutas seja lá quais forem. Mas a de hoje, em especial, teve um outro grau de importância: o falastrão Sonnem, em suas declarações a imprensa, há meses desrespeita o Brasil, o Anderson Silva e família. Sei que isso tudo faz parte do marketing para vender a luta aos espectadores, mas sinceramente acredito que o americano andou pegando pesado, e muito, por ocasião de todas essas entrevistas. Quase fui ao delírio quando o vi no solo, levando uma boa joelhada e vários socos de direita desferidos pelo Anderson, que obteve vitória por nocaute técnico. Pra mim, por simplista e ingênua que seja esta percepção, encarei a luta como um espetáculo de “vitória do bem contra o mal”. Um pouco de fantasia na dose certa não faz mal a ninguém – especialmente quando esta fantasia tem lá o seu quê de verdade.

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