Neste sábado
de manhã fui à academia – hoje é aquele dia “especial” em que os alunos devem combater
uns com os outros. Ontem (sexta) aproveitei a hora do almoço e, além de ir ao
dentista, fui à loja de material esportivo e comprei novas luvas e um par de
caneleiras, além de proteína e aminoácidos. Afinal, se preciso boxear um sábado
por mês, que eu esteja razoavelmente equipado com material de boa qualidade.
Tudo muito caro: as caneleiras Pretorian a R$ 170 (85 USD) e as luvas da mesma
marca por volta de R$ 100 (50 USD). Calcei as caneleiras ao chegar em casa e tive
a certa impressão de que o material é ótimo: dei vários socos fortes na perna
sobre a caneleira e não senti dor alguma (ou, pelo menos, senti bem pouco). Gostei
das lutas de sábado; eu estava nitidamente mais relaxado. Confesso que fiz algo
que não costumo fazer antes de treinar, ou seja, tomei 1 grama de Rivotril
(calmante) enquanto me aprontava para ir à academia, pois a verdade é que ainda
sinto certa tensão nervosa em dias de prática como a de hoje. Mas para alguém
como eu, acostumado a uma dose diária bem superior a 1 grama, sei que esta
pequena quantidade é inócua em termos práticos. Em todo caso, fiz apenas duas
lutas, e boas lutas: com o Prof. Marco e meu colega Romano. Dei graças a Deus
que o Marco (que mais parece um trator, um tanque de guerra nas lutas), estava
aplicando golpes mais brandos e sem “castigar” muito os alunos. Mas como já há
um bom tempo que não boxeio com ele, outra possibilidade é que eu mesmo tenha
me tornado mais resistente e menos vulnerável aos ataques dele. A segunda luta,
com o Alexandre R., também considerei ter resultados muito positivos: este
colega é muito resistente, forte e atarracado, e de golpes potentes e rápidos.
Não lembro de ter levado nenhum soco realmente forte, acho que saí bem ileso também
nesta luta. Ao final de nosso segundo round (cada round com 2 minutos),
consegui encaixar uma boa sequência de quatro ou cinco socos no rosto e tronco
do Alexandre, sendo o último golpe um gancho na altura das costelas que fez com
que interrompêssemos o round, impossibilitando o Alexandre de tomar parte nas
lutas seguintes de hoje. Ora, esse tipo de lesão é passível de ocorrer nos
combates; mesmo assim pedi desculpas sinceras ao Alexandre, ao que ele
respondeu que estava tudo bem, já que ele mesmo se considerava o culpado em não
ter feito uma defesa adequada. De um jeito ou de outro, incomodou-me um pouco a
lembrança de ter golpeado fortemente este colega, mas sou grato por não ter
ocorrido nada mais grave. Enfim, o resultado geral desta manhã foi positivo,
creio eu. Acho que consegui aplicar mais chutes (uso das pernas), bem como
sequências de golpes conforme o Marco havia me instruído a fazer nos boxings.
Obviamente que o uso das caneleiras novas deve ter me influenciado no sentido
de sentir-me mais seguro para desferir chutes. Com o tempo e a prática, estarei
habituado a utilizar também as caneleiras pouco firmes da academia durante os
combates, sem maiores receios ou bloqueios mentais. Questão de habituar-se,
sempre.
No caminho
de volta a casa comprei as três latinhas de Valentins no mercadinho de sempre.
Pus tudo na geladeira, no congelador, a fim de tomá-las ainda hoje na parte da
tarde; e foi isso o que fiz. Tomei as cervejas, acessei a internet (Facebook,
e-mail ou Blog), e acabei tirando um bom cochilo vespertino. Despertei e fui à
casa dos meus pais para um almoço tardio. Ao cair da noite decidi ir à locadora
e pegar um DVD do filme Era Uma Vez no México, dirigido por Robert Rodrigues e
estrelando Antonio Banderas e Salma Hayek. Gosto muito dos filmes do Robert
Rodrigues; para mim, são verdadeiras caricaturas na tela de cinema, é como se
eu estivesse lendo histórias em quadrinhos através de um filme.
Terminada
minha sessão particular de cinema em casa, sintonizei na transmissão do UFC
148, com a luta de Anderson Silva e Chael Sonnem. Apesar de eu gostar de
praticar arte marcial, confesso que não sou grande adepto de assistir
campeonatos ou ficar acompanhando lutas seja lá quais forem. Mas a de hoje, em
especial, teve um outro grau de importância: o falastrão Sonnem, em suas
declarações a imprensa, há meses desrespeita o Brasil, o Anderson Silva e
família. Sei que isso tudo faz parte do marketing para vender a luta aos
espectadores, mas sinceramente acredito que o americano andou pegando pesado, e
muito, por ocasião de todas essas entrevistas. Quase fui ao delírio quando o vi
no solo, levando uma boa joelhada e vários socos de direita desferidos pelo
Anderson, que obteve vitória por nocaute técnico. Pra mim, por simplista e ingênua
que seja esta percepção, encarei a luta como um espetáculo de “vitória do bem
contra o mal”. Um pouco de fantasia na dose certa não faz mal a ninguém –
especialmente quando esta fantasia tem lá o seu quê de verdade.
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