Confesso minha falta em deixar de escrever para este Blog
(bem, se escrevo minha vida por aqui, estou em falta com minha própria vida!);
sinto-me indesculpável perante mim mesmo. A impressão que tenho, após vários
dias escrevendo um dia-a-dia corriqueiro e ordinário, do trabalho pra casa, de
casa para a academia, o centro budista ou cinemas, é de que isso tudo que
ordinariamente me ocorre não é tão trivial assim. Não é misticismo nem
auto-ajuda barata não: existe realmente algo de indescritivelmente especial e
único em cada momento, a cada hora do dia. Mesmo nas segundas-feiras ao ter que
levantar de má-vontade, fora de hora, para ir obrigatoriamente ao trabalho para
iniciar mais uma semana “longa, penosa e sem significado”, conforme tenho
acreditado para mim mesmo há anos sem conta. Se alguém estiver lendo algo disso
tudo aqui, agora acho que já posso afirmar categoricamente: registrar pequenas
minudências e pensamentos esparsos que nos ocorrem no decorrer do tempo, é uma
forma eficiente de percebermos que nenhuma vida é realmente irrelevante ou
ordinária, muito menos desprovida de importância e significado. É tudo tão
simples: Basta escrever o que aconteceu, o que pensou ou sentiu, a forma como
enxergou... E, no dia seguinte, dar uma lida com calma. Numa analogia, posso
dizer que é algo que se assemelha ao ato de ler um livro mais de uma vez: ao
lermos pela primeira vez, experimentamos sentimentos, sensações e percepções
próprias e coerentes com o nosso “eu interior” em que nos configuramos naquele
momento específico. Quando lemos pela segunda ou terceira vez podemos
depreender diferentes nuances e um brilho especial que curiosamente não nos
ocorreram num primeiro momento. O mesmo ocorre quando vemos um filme mais de
uma vez; e ocorre também quando contemplamos nossa própria experiência de vida a
partir do prisma de um outro dia.
Sobre esta semana em geral, na segunda-feira fiz dois
treinos seguidos, ou seja, treinei das sete até às dez da noite. Foi bastante
exaustivo como se poderia esperar, mas meu condicionamento físico está num bom
nível, e me senti muito gratificado em poder praticar minha arte marcial com
tanta dedicação e empenho naquela noite de segunda-feira: bom para o corpo, a
mente e a alma. Não fui ao curso de formação de programadores, cujas últimas
aulas seriam na terça e na quinta. Não existe uma prova de avaliação final, e
tendo em conta que minhas ausências foram reduzidas ao longo de todo o curso,
não dei grande importância ao fato de ter faltado estes dois últimos dias.
Obviamente continuarei a me dedicar aos estudos de computação/programação,
especialmente por meio das ótimas videoaulas que adquiri online. Quanto à
formação superior em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, fica programado o
ingresso para o início do ano que vem, conforme eu já havia estabelecido.
Na quinta-feira comemoração do aniversário do meu colega
Osmar L., bem como do oficial de justiça R. Simões. Muitos salgados,
refrigerantes e um bolo de aniversário bem feito e saboroso. Na sexta (ontem),
nova comemoração: festa junina do pessoal do cartório ao lado do meu. Fomos
todos convidados eu e meus colegas, havia toda uma variedade de comidas juninas
diferentes, sendo uma mesa muito mais rica do que a do meu próprio cartório há
dias atrás. Eu e meus colegas ficamos lá tomando quentão, comendo, conversando
ou tomando vinho quente após as três da tarde até o fim do expediente.
Praticamente não trabalhamos na sexta-feira; é claro que percebemos certa “cara feia”
dos nossos chefes em relação a isso ao final do expediente. Porém, atribuímos isso
mais a certo "ciúme" por parte desses chefes do que por causa do trabalho
propriamente dito: os chefes e colegas do setor ao lado organizaram uma confraternização muito
mais exuberante e apresentável do que a nossa própria. Após o expediente – ou após
a festa! - fui tomar umas cervejas com minha colega Tania (lotada no setor que
promoveu a festa hoje). Conversamos bastante sobre assuntos diversos; trabalho,
família, processos, juízes, chefes e outras picuinhas e banalidades do
funcionalismo público. Acompanhei-a até a estação do metrô e caminhei de volta
a casa. Não fui ao kung-fu hoje conforme havia planejado, pois o “espírito de
bebida e festa” acabou dando o tom para o dia inteiro hoje. Amanhã (sábado)
retomarei de consciência limpa meu esforço marcial na academia.